





Novamente, o tempo pregou-nos uma partida: de mansinho, foi passando e o final de mais um ano lectivo está a bater-nos à porta. Para muitos, este facto constitui motivo de alívio, pois o cansaço acumulado ao longo destes nove meses não perdoa e foi deixando marcas – o desânimo, a impaciência, a ansiedade e o desejo repetidamente sentido de uma oportunidade de interromper por algumas semanas uma rotina desgastante.
Pese embora o que anteriormente referi, este final de ano lectivo deverá constituir, essencialmente, uma oportunidade para a avaliação o mais objectiva possível e, portanto, séria e sincera, do que foi a nossa interacção no seio da comunidade educativa. Deveremos colocar-nos várias questões: o que fiz? O que não fiz? Respeitei sempre os outros e, respeitando-os, respeitei-me a mim próprio(a)?
Aproveitei ou esbanjei as oportunidades que me foram dadas? Empenhei-me a sério, procurando construir algo ou nem sequer me esforcei? Quais foram os meus pontos fortes? E os meus pontos menos fortes/fracos? Que balanço faço dos meus erros? Considero-os meros acidentes de percurso ou oportunidades de crescimento e progresso?
Tal como Jonathan Swift, assumamos que ninguém “nunca deve envergonhar-se por reconhecer que se enganou, pois isso equivale a dizer que hoje é mais sábio do que era ontem.”
Ao fazê-lo, estaremos a preparar a próxima etapa deste percurso contínuo chamado vida. Podemos pensar que ainda é muito cedo para fazer e tentar concretizar planos. Todavia, não podemos ignorar que o futuro já começou e é um processo permanente e imparável. Se nem todos temos em mente a mesma meta, temos, contudo, um programa de vida que a escola nos apresenta e/ou torna mais nítido: todos devemos “ter respeito, alta escala de valores e as qualidades de espírito que são a verdadeira riqueza de qualquer pessoa.” (Alfred Montapert).
Deste modo, façamos uma pausa nas aulas, mas continuemos a escutar, a olhar, a reflectir. Só assim poderemos continuar a crescer como pessoas responsáveis, solidárias, com um papel activo e positivo na sociedade. Esta tornar-se-á no que cada um de nós quiser ser.
Maria Amélia Bernardo