





A pintura é uma boa contadora de histórias. Basta estarmos atentos, olharmos bem os seus motivos, darmos asas à imaginação e pronto… elas surgem, tímidas ou ousadas, hesitantes ou plenas de confiança.
Partindo do quadro “A Dança”, de Paula Rego (1988), vamos contar-vos uma das muitas histórias possíveis. Por certo, não coincidirá com a que os vossos olhos lêem ao observar o quadro. É natural: a vida e as obras de arte são mesmo assim: têm e contam histórias diferentes…
A DANÇA DA VIDA
Era uma vez um baile, numa noite em que as nuvens cobriam o céu, mas a lua iluminava a paisagem.
Todos dançavam. Cada um manifestava a sua forma de ser e estar na vida, pela forma como dançava.
Maria dançava sozinha.
Henrique e Antónia faziam um belo par. Esta era uma noite muito importante para ela, pois o seu namorado iria pedi-la em casamento. E ela: iria aceitar? …
Havia, no entanto, um problema: Maria, rapariga pobre e sem qualquer vaidade, mantinha uma relação amorosa com Henrique desde 1990. Antónia, embora não soubesse, apercebeu-se de que algo de estranho se passava com o seu namorado: o que a boca dizia, os olhos o negavam – de modo algum, o seu olhar dizia que ele a amava. Na verdade, tinha segundas intenções: Antónia era rica.
Contrariamente, José Manuel não atribuía qualquer importância à diferença de estratos sociais, dando continuidade ao seu casamento com Ana Maria, uma jovem alegre e pouco preocupada com a aparência. Já tinham dois filhos e o terceiro vinha a caminho.
Quem naquela noite observava bem tudo e todos era Isabel. Pensava nos bons velhos tempos em que o seu homem ainda era vivo. Após a morte deste, a vida dela mudara radicalmente, pois tinha uma filha, Joana, para criar e não conseguia arranjar emprego. Porém, sentia-se feliz, já que Joana lhe fazia lembrar o seu marido: as semelhanças das fisionomias eram evidentes.
A mãe de Isabel aconselhou-a a emigrar. José Manuel, proprietário de uma agência de viagens, tentou convencê-la a utilizar os seus serviços. Contudo, ela não aceitou a proposta.
De facto, sabia o que José Manuel pretendia: aproximar-se dela. Na cabeça deste homem, sempre elegante e bem-parecido, um dilema se instalara: continuar fiel ao seu amor ou partir para outro?
Embora tenha utilizado os serviços da agência J M Tours, Isabel não aceitou um amor que não podia retribuir. Assim, José Manuel continuou com Ana Maria.
As vidas das outras personagens também sofreram alterações: Joana ficou com a avó; Henrique e Antónia casaram; Maria optou por permanecer sozinha, tendo-se desligado de Henrique.
Na dança da vida, tal como naquele baile, cada um dançava à sua maneira…
10.º C,
Abril de 2009
Foi um trabalho diferente, feito de forma divertida como só nós sabemos fazer.
Mais uma vez, penso que estamos de parabéns.
Um belo trabalho, feito por muitos, mas com algo em comum… O gosto pelas histórias…