Esta semana visitamos Lamego. Este vídeo descreve a cidade de Lamego vista do ar, e na próxima semana será a vez de uma visita pelas ruas e monumentos de Lamego. Lamego tem a sua remota origem neste morro onde está o castelo. Seria então a capital da civitas romana dos Coilarni durante os séculos I a V. Seguindo-se depois o período suevo-visigodo (séculos V – VII), quando a cidade foi promovida a sede episcopal, seguida da ocupação árabe (séculos VIII – XI), até que em 1057 é reconquistada por Fernando Magno de Leão e, no século XII, é reconstruído o Castelo e, no século XIII, fica reconstruída a cintura muralhada da cidade e desenvolve-se o Bairro do Castelo. E é aqui na parte baixa de Lamego que surge um segundo núcleo em redor de uma capela dedicada a S. Sebastião, que se manteve mesmo durante a ocupação árabe. É a partir desta capela que é restaurada a diocese de Lamego com a construção da Sé entre 1159-1175. Esta Sé de origem românica sofreu uma infinidade de alterações ao longo dos séculos, mantendo apenas a torre sineira primitiva. Desta forma, Lamego desenvolve-se na idade média em dois núcleos bem definidos: um, na parte baixa, associado ao couto da Sé e ao Paço Episcopal, e o outro civil no morro do Castelo. Ao fundo, vemos o santuário da Senhora dos Remédios. Vemos este enorme escadório barroco que sobe o monte de Santo Estevão em linha recta, simbolizando a ascensão, já que a montanha era vista como o ponto mais próximo do céu. Em tempos medievais existia no mesmo local da actual igreja, uma pequena ermida dedicada a Santo Estêvão, mandada reedificar no século XVI, pelo Bispo de Lamego, D. Manuel de Noronha. Este havia trazido de Roma, em 1568, uma imagem de Nossa Senhora dos Remédios, cujo culto se incrementou a partir do século XVIII motivando assim a construção de uma nova igreja que pudesse receber um número crescente de fiéis. Assim, este Santuário é iniciado em 1750 vai-se desenvolvendo em várias fases até ao século XX. A Festa da Nossa Senhora dos Remédios celebra-se a 8 de setembro, com a sua procissão puxada a carros de bois carregando figurantes e figuras bíblicas em tamanho natural, a chamada procissão do Triunfo. Ao contrário do Santuário do Bom Jesus de Braga, aqui existe de facto uma ligação direta entre o centro da cidade e o escadório do santuário. O movimento gerado pelo plano urbanístico de Haussman em Paris durante a segunda metade do século XIX influenciou também o urbanismo das principais cidades portuguesas com a abertura de alamedas procurando alinhamentos com edificações monumentais, revalorizando estes monumentos, isolando-os e criando conexões visuais entre eles. Em Lamego, foi a ligação visual desde o Paço Episcopal e o topo do Santuário.
- Fonte: 360portugal